Esperança
e amor. Esses são termos que aparecem de forma recorrente nos depoimentos dos
voluntários que, diariamente, atuam junto às crianças em tratamento no
Gpaci (Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil). Fundada em 1983, a
instituição atende hoje às necessidades de em média 200 crianças por mês,
vindas de 47 cidades da região. Para dar conta de tudo, são 310 profissionais
contratados e 472 voluntários.
Dentre
esses voluntários está Gláucia Blazeck, 49, formada em Pedagogia e pós-graduada
em Metodologia e Didática do Ensino Superior. Atualmente, atua como diretora de
eventos e voluntária do hospital do Gpaci. Ela teve seu primeiro contato com o
hospital após fazer algumas doações e participar do “Mc Dia Feliz”, que é um
dos eventos mais importantes do ano para o hospital. Começou a trabalhar no
Gpaci há aproximadamente 15 anos, quando viu a carência que a instituição
enfrentava em relação às suas instalações. “Mas o que mais chamou a minha atenção
para essa responsabilidade foi conhecer a necessidade de tantas crianças,
adolescentes e suas famílias que dependiam do hospital para o tratamento do
câncer”.
Gláucia afirma
também que, apesar de todas as dificuldades que a instituição enfrentou e ainda
enfrenta, foram várias as conquistas, como a ampliação do hospital, o centro de
imagem com ultrassonografia e o centro de transplante de medula óssea, que
proporciona melhor atendimento aos pacientes. “A maior dificuldade é
financeira. O tratamento do câncer é muito caro e envolve todo um serviço
multidisciplinar. Os medicamentos são de alto custo e o tratamento é longo. O
repasse do governo é insuficiente e o Gpaci precisa buscar esses valores
diariamente, através do serviço de captação de recursos, eventos, bazares. Para
isso, contamos com a colaboração da equipe de voluntários”, ela diz.
Já Adriana Ximenes, 52, professora, entrou no voluntariado há 25 anos
dos quais 12 ela passou no Gpaci. É uma voluntária extremamente ativa nos
trabalhos para a melhoria da instituição. Começou sua historia solidária após
perceber que, por menor que seja a ajuda, pode representar algo imenso na vida
de muita gente que depende da colaboração do próximo. “De tudo isso, hoje o que
mais me alegra é saber que estamos servindo de exemplo a outras pessoas, porque
somos o que fazemos e não o que falamos”, ela diz.
Entre tantos que doam tempo, trabalho, criatividade e amor, também há aqueles
que estiveram do outro lado, sendo atendidos. São histórias como a de Adriana
Pereira, 42, professora e técnica em radiologia, mãe de uma antiga paciente do
Gpaci, Gabrielle, que infelizmente veio a falecer. O que deu forças a Adriana
após sua perda, foi o trabalho voluntário. “Resolvi ser voluntária para ajudar
o próximo, pois, quando precisei de ajuda recebi de todos os lados”. A Gabi foi
muito bem atendida durante o tratamento. Hoje vejo que ser voluntária é receber
em dobro a gratidão de todos. “Independentemente de quem vamos ajudar, seja o
Gpaci ou qualquer outra entidade ou mesmo uma família que precisa de ajuda, o
importante é fazer o bem sem olhar a quem. Isso é ser voluntário”.
Camila Alvers, 44, por sua
vez, é mãe de uma paciente já curada e com alta definitiva do hospital. “Não
tem como eu expressar em palavras a minha gratidão por aquilo que trouxe a
esperança de cura para a minha filha”, acentua. “Foi por isso que eu me tornei
voluntária, para poder devolver um pouco do amor que a minha filha recebeu no
momento da doença”, completa Camila dizendo que é por isso que se dedica à
causa.
Embora o hospital tenha um número
grande de voluntários, nem todos são sempre ativos, então toda a ajuda é
necessária e importante. Durante o ano são diversos eventos para a arrecadação
financeira do tratamento contra o câncer. “Todo mundo que quiser fazer parte
dessa equipe é muito bem-vindo”, convida Gláucia.
Para se tornar voluntário da
instituição basta fazer seu cadastro no site http://www.gpaci.org.br/ e
aguardar o contato. Pronto para doar esperança?
Texto: Giulia Alvers - Agência Focs / Jornalismo Uniso
Imagem: Arquivo pessoal
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