Alunos
da Universidade de Sorocaba que concluíram o curso de Jornalismo no último mês
de dezembro com a apresentação de uma vídeo-reportagem sobre portadores de HIV
tiveram um importante reconhecimento nesta semana quando uma entidade que
representa soropositivos compartilhou e recomendou o acesso ao vídeo.
“Laços
do HIV – A vida após o diagnóstico positivo” está disponível no
Youtube e já havia se destacado na ocasião de sua apresentação oficial. Aprovada
com nota máxima e acompanhada por uma plateia atenta e emocionada, a reportagem
em vídeo não ficou restrita ao processo de aprovação na universidade e, nos
últimos meses, tem contabilizado acessos e elogios. Acesse a reportagem clicando no ícone abaixo:
Apesar
disso, Brenda Thomaz, Giúlia
Henriane, Vanessa Ferranti e Rodrigo Honorato não negam terem ficado surpresos
ao saberem que o Fórum das ONG-Aids do Estado de São Paulo (Foaesp) havia
não apenas acessado, mas divulgado a reportagem em suas redes sociais.
Alunos apresentaram o trabalho para a banca avaliadora em dezembro do ano passado |
No
último sábado, 11 de abril, a entidade, que tem destaque nacional por
representar as ONGs Aids do maior estado brasileiro, divulgou e elogiou o
trabalho de conclusão de curso feito pelos alunos da Uniso. O reconhecimento fez
relembrar o caminho percorrido e a escolha do tema, a partir de uma monografia
produzida por Honorato no primeiro semestre de 2019.
Quando
chegou a hora de escolher como daria seguimento ao TCC e que produto faria em
busca da aprovação final no curso, a equipe decidiu pela abordagem regional de um tema mundial e passou a
contar com a orientação do professor Marcel Stefano Tavares Marques da
Silva.
A proposta era que os integrantes se
aproximassem da realidade de quem vive com HIV/Aids e logo esse efeito começou
a ser notado, servindo de motivação. “Eu tive de perto a sensação de como a
informação pode salvar vidas”, acentua Rodrigo Honorato.
Giúlia
Henriane relata que nesse trabalho procurou encontrar maneiras de falar sobre
sexo seguro e doenças sexualmente transmissíveis de uma forma não pejorativa,
mas sim, respeitosa e responsável. “Antes de iniciar o TCC, eu não tinha noção
da importância de se falar sobre o tema além do que eu já tinha aprendido na
escola” e diz como foi deixar todos os preconceitos de lado para estar ali com
uma visão profissional.
Convidada
a deixar um recado aos futuros jornalistas após esse trabalho, Giúlia diz que “Fontes
confiáveis são o essencial para um trabalho bem feito”. E completa: “não tenha
medo de sair de sua zona de conforto”. Brenda e Vanessa acrescentam que as
fontes entrevistadas se sentiram acolhidas e valorizadas por terem local de
fala para contar um pouco sobre suas histórias. Essas pessoas manifestaram o
desejo que a reportagem “Laços do HIV” sirva de exemplo a outros estudantes e
profissionais da comunicação na hora de colocarem esse tema em prática e, acima
de tudo, possa ser visto por mais pessoas, ajudando a melhorar a aceitação e
reduzir o preconceito.
Maria Lucila Magno atua na luta contra a AIDS |
Uma
das fontes entrevistada pelos então estudantes de Jornalismo, foi Maria Lucila
Magno, advogada e presidente do Grupo de Educação a Prevenção à Aids em
Sorocaba. No vídeo, é possível conhecer um pouco do trabalho do Gepaso, não só
para Sorocaba e região mas para o Brasil. “Colaboramos desde a luta pelos
direitos humanos até a assistência para as Pessoas Vivendo com HIV e AIDS em
todos os cantos do país”.
Sobre
ter um trabalho jornalístico abordando o universo das pessoas que convivem com
o vírus e mostrando a realidade, ela diz ser muito importante este
reconhecimento vindo de uma universidade com tantos jovens, e manifesta:
“eterna gratidão”.
Ao
terem a reportagem mais acessada a partir do reconhecimento do Foaesp, os
ex-alunos comentam a sensação de dever cumprido. Para Brenda, “ali foi possível
sentir que cumpri meu papel”. Para finalizar, o grupo também falou sobre
gratidão “a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para o trabalho,
mostrando que o mais importante é a prevenção e não a cura e sexo seguro é mais
do que essencial. Todos estão vulneráveis e devem se cuidar”.
Para mais informações
sobre o Gepaso, a sede da entidade se encontra na rua Dr. Nogueira Martins, 383 - Centro, Sorocaba ou pelo
telefone (15) 3233-3010. Já o Foaesp pode ser contatado pelo endereço @forumaidssp nas redes
sociais.
Texto: Giulia
Alvers, para a Agência Experimental de Jornalismo da Uniso - @focasnarede
Fotos: Arquivo pessoal
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