Em algum dia do passado, Thomas Edison disse, “Se existe
alguma forma de fazer melhor, descubra-a”. E foi inspirada na proposta de não
apenas melhorar, mas se reinventar, que a Universidade de Sorocaba (Uniso) lançou
oficialmente no último sábado o programa “Innovation Year – 2020”.
A partir da convocação para participar, mais de setecentos
alunos, ex-alunos, professores e funcionários aceitaram integrar os times que,
ao longo de todo este ano discutirão 27 temas e construirão propostas para que
a Uniso possa não apenas se preparar como também determinar importantes
mudanças para os próximos anos e próximas décadas. “Compreendemos que este deve
ser o foco da Uniso e a estratégia colaborativa vai nos proporcionar a
amplificação e a incorporação deste conceito de criatividade e visão de
futuro”, salientou o reitor Rogério Augusto Profeta.
Já no sábado, os grupos estiveram reunidos para se conhecer
e dar início ao processo que propõe aproveitar as habilidades e o conhecimento
das mais diferentes áreas para fomentar a criatividade visando ao
desenvolvimento de ideias inovadoras. O objetivo é que essas propostas possam transformar
não apenas o ensino, como também a gestão e todas as outras áreas que englobam uma
instituição comunitária de educação superior. Assim, “encontrando uma trilha de
inovação para a universidade”, como explica o idealizador do programa, o professor Marcelo
Silvani.
O evento de abertura contou com a palestra do diretor geral
e vice-presidente de operações da Flex
Brasil, Leandro Santos, que falou sobre o conceito de inovação e como esta
visão faz parte da rotina da multinacional. O convidado expôs, ainda, como esta
visão tem resultado em benefícios para a empresa, como a certificação de Zero Waste, um reconhecimento pelo
tratamento que dão aos resíduos: “Atualmente, 95% do nosso lixo é reaproveitado
e se torna matéria prima”, enfatizou Santos.
A palestra foi baseada no entendimento de que estamos
entrando na 5ª Revolução Industrial que estabelece como fundamental conectar o
homem, a natureza e o mundo, de maneira sustentável. Desta maneira, se
contraria o que a história registrou nas quatro primeiras revoluções, com a
perda da conexão com a natureza e consequências quanto à poluição e destruição
de recursos.
A importância de pensar em inovar
dentro da Universidade
Pensar em inovação nunca será algo ruim, uma vez que o
próprio mercado exige isso e, portanto, a empresa que não incorporar a inovação
em sua rotina, corre o risco de desaparecer. Desta maneira, o pró-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e
Inovação da Uniso, José
Martins de Oliveira Junior, explicou como a instituição de ensino resolveu
determinar a inovação como uma proposta central de gestão e de inspiração. "Uma
empresa que não seja inovadora hoje, provavelmente não terá mais espaço no
mercado em que atua já a partir dos próximos anos".
Conforme Martins, isso ocorre ainda com mais intensidade
dentro do ambiente acadêmico. As instituições que não modernizam as formas de
ensino e suas estruturas, estão assumindo o risco de perder alunos e
credibilidade. “Inovar dentro da universidade pode trazer uma gama de reflexos
para toda uma comunidade. Mas ficar preso no passado pode trazer reflexos
negativos em todas as áreas possíveis”, acentuou.
Para a professora Daniele Oliveira Garcia, que atua na área
da Comunicação, sendo a universidade um ambiente ligado à transmissão do
conhecimento, sobretudo a construção de novos saberes, é necessário assumir a
linha de frente quando o assunto é inovação. “Esta visão deve estar presente na
forma de ensinar e nas pesquisas, mas também é importante que seja incentivada
como é a proposta do Innovation Year, pensando, dentro desta cadeia em
proporcionar melhorias para a comunidade”.
Divididos em mais de cinquenta
equipes, os participantes do programa seguirão agenda ao longo do ano para o
desenvolvimento de propostas para 27 temas como impacto social,
sustentabilidade, internacionalização, relacionamentos, métodos de trabalho e
ensino. Em agosto ocorrerá uma primeira apresentação e o trabalho continuará
até a implantação das ações escolhidas que terá início no primeiro semestre de
2021.
Texto: Ana Fragoso
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