sábado, 30 de maio de 2020

Alunos de Relações Públicas da Universidade de Sorocaba criam rede de apoio durante a quarentena

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Os estudantes que ainda não se conhecem pessoalmente, dividem conhecimento e experiências de vida através de uma plataforma online


Vanessa e Brenda (ao centro) participam de videochamada para saber como funciona a rede de apoio dos alunos de RP



Desde que as aulas foram suspensas por causa da pandemia do novo coronavírus, escolas e universidades do Brasil precisaram mudar os métodos de ensino. Algumas delas optaram pelas aulas online através do ensino a distância (EAD) e, com isso, os estudantes precisaram se adaptar. Porém, alguns deles estão enfrentando grandes dificuldades com os conteúdos das matérias e também com problemas psicológicos.

Segundo um estudo realizado pelo Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) os casos de depressão quase dobraram desde o início da quarentena. Entre março e abril o número saltou de 4,2% para 8,0%. Já o índice de ansiedade foi de 8,7% para 14,9%.
 Pensando nisso, um grupo de estudantes do curso de Relações Públicas da Universidade de Sorocaba criou uma rede de apoio online através de um aplicativo de mensagens que, em princípio era direcionada apenas para os estudos. Mas, a ideia deu tão certo que hoje a plataforma é usada também para discutir diversos assuntos, além de ser útil para quem deseja desabafar sobre problemas pessoais.
          De acordo com os estudantes, a iniciativa surgiu da aluna Dandara Ferreira durante um trabalho individual. “Tivemos a intenção de fazer um portfólio para auxiliar todos da classe em pesquisas para esse trabalho que era sobre uma amostra de autores. Como eu tenho uma facilidade com arte, resolvemos marcar um “aulão” pelo Zoom (plataforma que permite reuniões virtuais) para os alunos que tinham uma certa dificuldade”, explica Ferreira.
A partir disso, a aproximação entre a turma, composta por 10 alunos, foi crescendo cada vez mais, dando lugar à uma grande relação de amizade. O mais curioso é que os estudantes nunca se encontraram pessoalmente, pois começaram o curso durante a quarentena. Mesmo assim, compartilham experiências de vida, debatem sobre vários assuntos e pedem ajuda quando necessário. “Já falamos sobre família, relacionamentos amorosos, sobre a questão da liberdade, sobre religião. Sentimos uma sensação de ‘eu posso falar’”, conta a estudante Letícia Festa. “A gente chegou a um ponto de intimidade que não temos com outras pessoas. Coisas que você não sai falando para alguém que conheceu há uma semana”, completa Ana Laura B. M. Foltran.
Apesar da intimidade entre a maioria do grupo, os alunos revelam que nem todos tiveram a mesma facilidade para falar abertamente sobre os assuntos. Um exemplo disso é Matheus Pedroso, mais tímido que o restante da turma. Enquanto fazíamos a entrevista por meio de vídeochamada, os estudantes contaram que aquela era a primeira vez que Matheus havia deixado a câmera ligada. Apesar da timidez, o estudante fala sobre sua experiência com o restante do grupo, “eu nunca me relacionei tão rápido com as pessoas do jeito que me relacionei com a sala”.
       Além de receberem ajuda por problemas causados durante o isolamento social, como a ansiedade, por exemplo, os estudantes ainda ressaltam que estão tendo ótimos resultados nas aulas. A professora e coordenadora do curso de Relações Públicas, Mércia Segala, revela que a turma é realmente muito unida e foi surpreendida quando ficou sabendo da iniciativa dos alunos. “É uma sala que tem uma “vibe” muito gostosa. Aquelas panelinhas que acontecem em sala de aula não acontecem no ambiente virtual”.
            A expectativa no momento é que a quarentena acabe logo, para que assim, todos possam se conhecer pessoalmente. “Acredito que essa seja a nossa maior ansiedade nessa quarentena. A expectativa é de fazer acontecer o nosso momento pastel com a Mércia (risos) e de nos abraçarmos, conversarmos e deixar bem firme esse alicerce que já criamos. Vai ser um encontro incrível e inesquecível, com certeza a Uniso perceberá que os alunos de RP (Relações Públicas) 2020 enfim se conheceram”, finaliza Ferreira. 


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Vanessa Ferranti e Brenda Thomaz – Agência Experimental  de Jornalismo da Uniso (AgenciaJOR)

sexta-feira, 8 de maio de 2020

População se reinventa e busca ideias criativas para enfrentar a quarentena

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Para ocupar o tempo ocioso, brasileiros praticam exercícios físicos em casa e fazem até festas individuais



Correria, buzinas, falta de tempo. Nas últimas semanas o brasileiro mudou totalmente a sua rotina e as ruas que antes eram lotadas de carros, motocicletas e pedestres hoje estão vazias. O isolamento social por conta do novo coronavírus foi indispensável no país e mais da metade da população está exercendo as suas atividades dentro de casa. Com isso, a correria troca de lugar com a calmaria. Aquele tempo que não existia está sobrando, e aí surge uma dúvida. O que fazer com ele?



Balada no quarto é uma das formas de se divertir

As respostas são várias, já que muitas pessoas estão apostando na criatividade. O jornalista Anderson Muller é uma delas. Sem poder encontrar os amigos em bares e festas como fazia antes do período de isolamento, ele decidiu se divertir no próprio quarto. Para isso, Muller usou uma lâmpada de LED, luzes e um globo de festa, escolheu uma bebida e suas músicas favoritas para acompanhar a noite de balada que ele mesmo promoveu. 

As companhias eram apenas virtuais, já que o jornalista transmitiu tudo pelas redes sociais e fez muito sucesso. “Eu estava aqui em casa sábado à noite e pensei ‘por que eu não tomo uma coisinha, não coloco uma música, não danço e me divirto um pouco aqui’? Porque eu acho que diversão faz parte e faz bem. Todo mundo interagiu bastante, dá para ver até nos comentários dos dois vídeos e é isso. São coisas malucas minhas mesmo”. 


Christine se produziu para ver live
Outra pessoa que também decidiu deixar os problemas de lado e dar uma relaxada nesse período complicado foi a Christine Aparecida Xavier, de 35 anos. Ela é fã da cantora Marília Mendonça e não perdeu a live da artista no dia 8 de abril. Mas diferente de muita gente que estava assistindo o show deitado na cama de pijama, a assessora de imprensa fez uma superprodução. “Eu já sou muito fã da Marília e estava me planejando para curtir alguns shows dela e quando começou a quarentena eu já fiquei meio frustrada.  

Quando fiquei sabendo dessa live fiquei bem ansiosa e pensei ‘é um show e eu vou assistir’. Então, terminei de fazer as minhas coisas, tomei banho, lavei meu cabelo, coloquei um vestido novo que eu tinha comprado para a festa da minha filha que foi cancelada também, fiz uma make, comprei umas cervejas e fiquei esperando. Eu curti o show montada até o final”.



Para Christine, essa atitude foi fundamental para ajudá-la a enfrentar problemas emocionais que podem surgir nesse período. “A quarentena tem sido para mim um momento bem delicado porque eu sou MEI [microempreendedor individual] e tive que paralisar as minhas atividades profissionais. Então, eu estava em uma cobrança muito grande de ter que fazer a empresa não morrer nesse período, inventar outras coisas. Foi um momento que me distraiu bastante”. 


           
Bruno trocou os pesos por botijão de gás 
 Além da saúde mental, a preocupação de muitos agora também é com a saúde física. Com as academias fechadas, os praticantes estão se desdobrando em casa para não prejudicar o corpo. Bruno Alberto Braga Silva e a esposa Márcia Aparecida dos Santos estão apostando nos objetos domésticos para continuar com as atividades. Para eles, vale de tudo, botijão de gás, galões de cinco litros de água, saco de arroz, bancos, cadeiras e até cabo de vassoura. Na residência do casal que mora na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo, o importante é não ficar parado. “
Veio de orientação dos professores, até de vídeos da internet e da necessidade do momento. Acredito que o resultado não é o mesmo, mas já é uma coisa muito importante a gente se manter ativo por uma questão física e mental. O exercício contribui muito para que a gente desvie um pouco o foco dessa pandemia”, conta Bruno.


O educador físico Jeferson Muniz explica que, além de serem muito importantes para a saúde física, os exercícios também trazem benefícios para a saúde mental e ajudam a controlar a ansiedade. “A atividade física libera a endorfina, trazendo a sensação de bem-estar, melhorando humor, trazendo uma sensação de alegria e satisfação”. O especialista ainda ressalta que não há problema nenhum em realizar os exercícios em casa, mas que é importante procurar um profissional da área para dar orientações sobre os treinos. “O treino pode ser adaptado com materiais encontrados em casa, como sacos de arroz, feijão, açúcar, toalhas, lençóis, cadeiras, etc. Com esses materiais podemos treinar praticamente todos os músculos. Mas o mais importante é consultar um profissional de educação física, capacitado e habilitado para a prescrição do treinamento, principalmente nessa época, em que há inúmeros blogueiros sem formação que acabam postando vídeos de exercícios que, muitas vezes, podem levar o praticante a desenvolver algum tipo de lesão séria”.

Objetos simples do dia a dia podem ser adaptados e usados para treinos em casa




Texto: Vanessa Ferranti (Agência Focas – Jornalismo Uniso)
Fotos: Arquivo pessoal

Tempos de inovar: o uso da imaginação e da tecnologia para educar e entreter as crianças na pandemia de COVID-19

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Objetivo é unir entretenimento e educação para que os pequenos façam melhor proveito do tempo ocioso em casa

Jaqueline (à esquerda) faz contação de histórias online, mantendo vínculo afetivo com as crianças 


Como medida preventiva, o governo de São Paulo decretou isolamento social desde o dia 17 de março. Inicialmente, o tempo recomendado para a permanência das pessoas em casa era de 14 dias. Porém, em 17 de abril, o governador João Doria (PSDB) informou a extensão da medida para até 10 de maio.

Para atender às recomendações do Ministério da Saúde, instituições de ensino de todos os estados do Brasil tiveram suas aulas suspensas. De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o fechamento de escolas e universidades afetou 1,4 bilhão de estudantes. Mas como entreter e educar as crianças em casa, durante todos esses dias em quarentena? O desafio é grande e quem ganha espaço nesse momento delicado são os contadores de história.

A sorocabana Jaqueline de Meira Rodrigues, 26, é contadora de histórias desde 2014. Formada em Arte Educação e Pedagogia, a professora conta o que tem feito para manter contato com as crianças, mesmo de  longe. “A   internet tem sido uma grande aliada, visto que as crianças são  bem  familiarizadas  com  esse   recurso. Tive bons retornos das famílias, que filmaram os pequenos bem animados ao ver em vídeo, a professora conhecida por eles”.

A criatividade é um dos elementos fundamentais para um contador de histórias. Em tempos de pandemia, é preciso inovar ao narrar fábulas por meio do olhar, tom de voz e movimentos corporais. “Busco sempre utilizar na narração poucos elementos em cena, é um estilo minimalista de contar histórias. Utilizo apenas um cenário simples, e bem poucos apetrechos. A imaginação fica por conta dos gestos e da fala”, revela Jaqueline.

A prática em contar histórias se faz muito presente também na vida de Beatriz Martins, 22, estudante do 7º semestre do curso de Pedagogia. Em seu perfil das redes sociais, Beatriz costuma expor seus trabalhos elaborados na universidade e na escola em que trabalha como pedagoga auxiliar. “Acho importante mostrar esse tipo de conteúdo para que o que eu faço possa ser uma inspiração para os meus colegas e também para os pais das crianças, que podem aplicar as atividades com seus filhos em casa”.


Atividade de matemática criada pela estudante Beatriz Martins 

Atualmente, apesar de não estar atuando no ambiente escolar com as professoras da escola em que trabalha, Beatriz está por dentro das atividades desenvolvidas pelas educadoras no espaço digital. “Essas novas metodologias exigem muita criatividade e habilidade. Nós, que somos mais jovens, conseguimos perceber, por exemplo, a diferença que uma boa edição de vídeo faz nesses momentos. É preciso interação, mesmo que de longe!”. A estudante revela ainda que, em seu tempo em casa, aproveita para criar projetos e atividades para seu público. “Estou buscando dicas, sugestões de atividades que englobem a situação do que estamos vivendo hoje, para que num futuro próximo, eu possa falar sobre esse tema com os alunos. Uma atividade diferente, bem elaborada, leva tempo. Mas vale a pena! Posso usar esses projetos que venho desenvolvendo daqui a muitos anos, quando já estiver formada e integrada ao mercado”, diz Beatriz.

E se em tempos de pandemia se habituar a novos métodos já não é fácil, gerenciar uma equipe de professores e auxiliares a como ocupar da melhor forma esse período das crianças em casa, é desafiador. É o que faz Nívia Fernanda Ferreira, 37, formada em Pedagogia e cursando pós-graduação em Gestão Escolar. “O principal objetivo é apresentar atividades simples utilizando materiais que qualquer pessoa tem em casa, assim poderão ser facilmente desenvolvidos pelas famílias que, hoje, nos representam dentro de seus lares”, comenta a pedagoga.

Além de coordenadora pedagógica, Nívia também é mãe de duas crianças – de 6 e 11 anos de idade. Segundo a educadora, é preciso cumprir dois papeis dentro de casa ao mesmo tempo: o de mãe e professora. “Eles não estão acostumados a utilizar esse meio (internet) para estudar, mas sim para lazer. Por isso, estou sempre acompanhando esse momento para tornar mais fácil sua compreensão”, explica. Nívia revela ainda como tem usado a criatividade para manter seus filhos menos ociosos em casa: “temos aproveitado esse período para ficarmos juntos de fato. Assistimos a diversos conteúdos, fazemos brincadeiras, jogos, ‘cinema em casa’ e cozinhamos em família”. E mais uma vez, a internet não fica de fora. “Também temos realizado videochamadas com os nossos familiares e com a vovó para matarmos um pouco da saudade!”, conta a educadora.


Texto: Brenda Thomaz (Agência Focas – Jornalismo Uniso)
Fotos: reprodução Instagram

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Alunos de jornalismo produzem rádio jornal em home office

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Atividade prática da disciplina de rádio jornalismo se transforma em desafio



O Breaking News, rádio jornal produzido pelos alunos do 5º período de jornalismo da Universidade de Sorocaba da próxima segunda-feira (04/05) chega com um novo formato de produção. O jornal tradicionalmente produzido ao vivo nos estúdios da Rádio Uniso, pela primeira vez foi totalmente produzido em home office.


Devido a pandemia do novo Coronavírus, os alunos e técnicos membros da equipe foram incentivados pelo professor Fernando Negrão Duarte ao desafio de produzir e gravar um jornal diretamente da casa deles, para manter você bem informado e continuar aos exercícios práticos da disciplina.


Nesta primeira edição produzida em casa, você vai conferir as principais notícias sobre saúde, educação, cultura, economia, política, dicas de shows ao vivo, filmes para assistir nesse período de isolamento social, e muito mais.


“Poderíamos continuar as aulas teóricas em ambientes virtuais mas a vontade de ter atividade prática fez com que eles aceitassem o desafio. Dá muito mais trabalho corrigir os textos, editar e montar dessa forma mas o resultado vai surpreender com matérias frias e factuais produzidas um pouco antes de ir ao ar” afirmou o professor Fernando Negrão Duarte.



Yasmin: "o desafio foi manter a qualidade"
Novo ambiente, mesma qualidade



“O maior desafio como editora nessa edição produzida em casa, foi auxiliar os colegas da equipe durante a gravação para tentar manter uma boa qualidade de som. Para manter o padrão de qualidade da Rádio Uniso” comentou Yasmin Oliveira aluna e editora responsável da edição. 



Acompanhe o jornal Breaking News nesta segunda-feira às 21h através do site da Rádio Uniso www.radiouniso.com.Todas as segundas feiras uma edição inédita do programa.


O Breaking News é uma produção dos alunos do 5° período de jornalismo com técnica de Douglas Valle e supervisão técnica de Luiz Rodrigues coordenador do laboratório de comunicação da Uniso.







Texto: Yasmin Oliveira
Foto: arquivo pessoal

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Programa de rádio ‘Inclusão’ segue atividades em home office

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A pandemia do coronavírus que atingiu o País e as aulas na Universidade de Sorocaba (Uniso) também afeta o funcionamento de seus projetos de extensão. Um deles é o “Inclusão”.O radio jornal é habitualmente gravado dentro dos estúdios de comunicação da instituição de ensino. Agora, o projeto enfrenta desafios com gravações caseiras.
Desde 2013, o jornal “Inclusão” abre espaço para os estudantes de Jornalismo da Uniso como um dos primeiros contatos com o radialismo profissional. O programa produz matérias de temas variados, relacionadas à acessibilidade e inclusão social. A produção é feita pelos próprios alunos. Os programas são transmitidos, de segunda á sexta-feira às 6h20, pela rádio Cruzeiro FM (92,3) e pela Rádio Web Uniso, também de segunda à sexta-feira às 10h com reprise às 15h.




Produção em casa
O projeto comemora sete anos em maio. Porém, com as mudanças de rotina, devido ao isolamento social, que impede as gravações do jornal, essa data poderia passar em branco.
Para não suspender o “Inclusão” durante a quarentena, a solução foi improvisar. Com uma edição piloto, o jornal foi apresentado em formato diferente à direção da rádio Cruzeiro. O pingue-pongue de dois locutores foi substituído por reportagens com mais vozes.
Desde então, as matérias para o “Inclusão” são gravadas dentro das casas dos alunos repórteres. O jornalista e técnico responsável pela edição do programa Douglas Valle faz a ponte com a emissora, enviando o conteúdo já editado.
Douglas Valle acompanha a produção do jornal
Valle concorda que essa mudança criou alguns obstáculos no início. “Receber o material que você não acompanhou a gravação” é um dos maiores desafios, conta o jornalista, que acompanha todas as etapas do projeto há quase dois anos.
Além disso, os prazos acabam mudando conforme as alterações na rotina. Valle explica que, com o desencontro de horários entre os colegas, uma edição de 10 minutos pode levar um dia inteiro para terminar. “Este com certeza é o maior desafio. Nunca uma dificuldade, mas um desafio”, ressalta o jornalista.
Mudanças na equipe
A equipe, que antes contava com dois jornalistas e uma estagiária, agora forma um time de sete membros. A lista inclui Talissa Medeiros, Giovanna Abatte, Gabriel Lara e Alexandre Meiken – orientados pelo professor Fernando Negrão Duarte. As edições também contam com a locução do jornalista professor Luiz Rodrigues, coordenador do Laboratório de Comunicação, além da edição final de Valle.

Luiz Rodrigues, coordenador do LabCom, também participa da locução

Para os estudantes, o desafio foi uma oportunidade de aprender neste período de ensino à distância. Em um mês dessa nova rotina, todos os estagiários já são capazes de fazer uma pré-edição das próprias matérias, assim facilitando a edição final.
“Fizemos uma organização muito boa e estamos produzindo juntos e trabalhando juntos, mesmo longe”, conta Talissa Medeiros, estagiária responsável pela distribuição das pautas do jornal. “Nosso compromisso se intensificou agora”, diz.
Estudante Talissa Medeiros organiza e distribui as pautas para a gravação 

Exemplos de solidariedade
Para a estudante, a continuidade do projeto é essencial neste período de isolamento. Ela explica que as notícias são sempre escolhidas com o objetivo de destacar “exemplos de solidariedade” e “informar sobre saúde, meio ambiente e inclusão de forma positiva”.
Jornal é apresentado pelo professor Fernando Negrão Duarte
O orientador e professor Fernando Negrão Duarte diz que o jornal sempre se preocupou não só com a missão inclusiva, mas também com qualidade técnica. Em sua opinião, “o resultado foi surpreendente, sendo que a audiência também gostou”.
Com o pensamento em um futuro não muito distante, ele diz que algumas das ideias que surgiram com esse novo formato podem ainda ser aproveitadas após o fim da quarentena e a volta às aulas.

Estudante Gabriel Lara atua na produção e locução do Jornal Inclusão


Estudante Giovanna Abbate produz os textos e faz a locução


Estudante Alexandre Meiken participa da locução e edição dos textos e áudios



Texto: Gabriel Lara
Fotos: arquivo pessoal

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Entidade estadual compartilha reportagem sobre HIV feita por alunos da Uniso

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Alunos da Universidade de Sorocaba que concluíram o curso de Jornalismo no último mês de dezembro com a apresentação de uma vídeo-reportagem sobre portadores de HIV tiveram um importante reconhecimento nesta semana quando uma entidade que representa soropositivos compartilhou e recomendou o acesso ao vídeo.

“Laços do HIV – A vida após o diagnóstico positivo” está disponível no Youtube e já havia se destacado na ocasião de sua apresentação oficial. Aprovada com nota máxima e acompanhada por uma plateia atenta e emocionada, a reportagem em vídeo não ficou restrita ao processo de aprovação na universidade e, nos últimos meses, tem contabilizado acessos e elogios. Acesse a reportagem clicando no ícone abaixo:



Apesar disso, Brenda Thomaz, Giúlia Henriane, Vanessa Ferranti e Rodrigo Honorato não negam terem ficado surpresos ao saberem que o Fórum das ONG-Aids do Estado de São Paulo (Foaesp) havia não apenas acessado, mas divulgado a reportagem em suas redes sociais.


Alunos apresentaram o trabalho para a banca avaliadora em dezembro do ano passado 

No último sábado, 11 de abril, a entidade, que tem destaque nacional por representar as ONGs Aids do maior estado brasileiro, divulgou e elogiou o trabalho de conclusão de curso feito pelos alunos da Uniso. O reconhecimento fez relembrar o caminho percorrido e a escolha do tema, a partir de uma monografia produzida por Honorato no primeiro semestre de 2019.

Quando chegou a hora de escolher como daria seguimento ao TCC e que produto faria em busca da aprovação final no curso, a equipe decidiu pela abordagem regional de um tema mundial e passou a contar com a orientação do professor Marcel Stefano Tavares Marques da Silva.

A proposta era que os integrantes se aproximassem da realidade de quem vive com HIV/Aids e logo esse efeito começou a ser notado, servindo de motivação. “Eu tive de perto a sensação de como a informação pode salvar vidas”, acentua Rodrigo Honorato.


Giúlia Henriane relata que nesse trabalho procurou encontrar maneiras de falar sobre sexo seguro e doenças sexualmente transmissíveis de uma forma não pejorativa, mas sim, respeitosa e responsável. “Antes de iniciar o TCC, eu não tinha noção da importância de se falar sobre o tema além do que eu já tinha aprendido na escola” e diz como foi deixar todos os preconceitos de lado para estar ali com uma visão profissional.


Convidada a deixar um recado aos futuros jornalistas após esse trabalho, Giúlia diz que “Fontes confiáveis são o essencial para um trabalho bem feito”. E completa: “não tenha medo de sair de sua zona de conforto”. Brenda e Vanessa acrescentam que as fontes entrevistadas se sentiram acolhidas e valorizadas por terem local de fala para contar um pouco sobre suas histórias. Essas pessoas manifestaram o desejo que a reportagem “Laços do HIV” sirva de exemplo a outros estudantes e profissionais da comunicação na hora de colocarem esse tema em prática e, acima de tudo, possa ser visto por mais pessoas, ajudando a melhorar a aceitação e reduzir o preconceito.



 Maria Lucila Magno atua na luta contra a AIDS   

Uma das fontes entrevistada pelos então estudantes de Jornalismo, foi Maria Lucila Magno, advogada e presidente do Grupo de Educação a Prevenção à Aids em Sorocaba. No vídeo, é possível conhecer um pouco do trabalho do Gepaso, não só para Sorocaba e região mas para o Brasil. “Colaboramos desde a luta pelos direitos humanos até a assistência para as Pessoas Vivendo com HIV e AIDS em todos os cantos do país”.

Sobre ter um trabalho jornalístico abordando o universo das pessoas que convivem com o vírus e mostrando a realidade, ela diz ser muito importante este reconhecimento vindo de uma universidade com tantos jovens, e manifesta: “eterna gratidão”.



Ao terem a reportagem mais acessada a partir do reconhecimento do Foaesp, os ex-alunos comentam a sensação de dever cumprido. Para Brenda, “ali foi possível sentir que cumpri meu papel”. Para finalizar, o grupo também falou sobre gratidão “a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para o trabalho, mostrando que o mais importante é a prevenção e não a cura e sexo seguro é mais do que essencial. Todos estão vulneráveis e devem se cuidar”.

Para mais informações sobre o Gepaso, a sede da entidade se encontra na rua Dr. Nogueira Martins, 383 - Centro, Sorocaba ou pelo telefone (15) 3233-3010Já o Foaesp pode ser contatado pelo endereço @forumaidssp nas redes sociais. 


                                                                                                                 
Texto: Giulia Alvers, para a Agência Experimental de Jornalismo da Uniso - @focasnarede

Fotos: Arquivo pessoal

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Depoimentos da quarentena ao redor do mundo

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Em São Paulo, a quarentena deverá durar até 22 de abril, mas os paulistas não estão sozinhos; confira os relatos de outras pessoas que também estão em casa, em cinco países diferentes
  

Em todo o estado de São Paulo, o período estabelecido para a quarentena em função da Covid-19 deverá perdurar por mais duas semanas, até o dia 22 de abril. Não só no Brasil, mas em todo o mundo, diferentes instâncias governamentais estão tomando as medidas que consideram mais adequadas para “achatar” a curva de infectados pelo novo coronavírus e, dessa forma, causar o mínimo impacto possível nos sistemas de saúde. Isso inclui quarentenas sugeridas ou forçadas, ou toques de recolher. Naturalmente, tudo isso afeta a vida rotineira das pessoas — e muito! Nesta reportagem, você vai conhecer algumas dessas histórias de pessoas ao redor do globo que, a exemplo dos sorocabanos, estão em quarentena, e o que elas estão fazendo para lidar com isso.


Em Barcelona, a saída é permitida só em casos essenciais. Caso contrário, é preciso justificar (Foto: Instagram bc.love)



Espanha
Em Barcelona, o jornalista e professor Walter de Luca, 63, já está na terceira semana de quarentena. Sair de casa só é permitido se for para tarefas essenciais, como ir ao supermercado, e, mesmo assim, somente uma pessoa de cada vez. Caso seja necessário sair de carro, ou em mais de uma pessoa, é necessário apresentar uma justificativa, para evitar multas pelo descumprimento da quarentena. “Na Espanha”, conta o professor, “está havendo muita solidariedade. Médicos e profissionais da saúde aposentados se dispuseram a voltar a trabalhar para poder reforçar as equipes de saúde nos centros de atendimento. Há mobilização de pessoas para ajudar os idosos em suas necessidades, executando tarefas que precisam ser desempenhadas fora de casa, como comprar alimentos, por exemplo, para que eles fiquem seguros. Deve-se aproveitar este momento para preservar a própria vida e a do próximo. Se estivermos desunidos, será muito mais difícil.”


Pranil Dullabh isolado na própria casa (Foto: arquivo pessoal)

África do Sul
Pranil Dullabh, 30, que trabalha na área financeira e vive nos arredores de Johanesburgo, a capital da África do Sul, conta que, no início, as pessoas não estavam aderindo à quarentena recomendada, então ela se tornou obrigatória por um período de 21 dias, a partir de 27 de março. “Apenas trabalhadores de serviços essenciais estão autorizados a transitar pelas ruas. Ninguém pode se exercitar do lado de fora de suas propriedades, nem mesmo para passear com cachorros. Você só pode sair de casa para comprar mantimentos essenciais. Álcool e cigarros não podem ser vendidos.” Ele conta que, como continua trabalhando remotamente todos os dias, o grande impacto que a quarentena teve em sua rotina é o tempo que ele economiza no trânsito, mas diz que se preocupa com alguns setores da economia em especial: “Pense, por exemplo, na indústria do turismo e do entretenimento. É triste ver que essas pessoas serão afetadas tão fortemente.” Aos brasileiros, ele deixa um recado: “Vamos ficar em casa por enquanto, para poder voltar logo ao normal. Estamos numa situação similar, em que muitas pessoas mais pobres serão afetadas se o vírus não puder ser controlado.”


Markus Einramhof (Foto: arquivo pessoal)
Áustria
Markus Einramhof, 31, vive em Viena, a capital da Áustria. Desde abril, ele está desempregado, mas conta que não deixou o emprego devido à pandemia: “Eu só tive o azar de sair pouco antes de a situação ficar séria, então o meu próximo emprego, que eu já encontrei, terá de esperar. Isso ajuda a ficar em casa; pelo menos eu sei que as coisas logo vão melhorar.” Ele diz que, por enquanto, recomenda-se que as pessoas só saiam de casa para trabalhar — desde que o trabalho não possa ser realizado remotamente —, para comprar mantimentos ou ajudar as outras pessoas. O uso de máscaras é obrigatório nos estabelecimentos, bem como a distância entre as pessoas, de pelo menos um metro. “Isso é controlado pela polícia, que pode multá-lo se virem você num grupo grande de pessoas”, ele reforça. “Mas não importa o quanto a situação seja desagradável, nós precisamos considerar as partes positivas. Quando isso passar, nós saberemos apreciar melhor uma coisa que não pensávamos que poderíamos perder: a nossa liberdade.”



Em Israel, a saída deve ser feita somente com luvas e máscaras (Foto: arquivo pessoal)
Israel
Doron Guy, 32, é natural de Ramat Raizel, um pequeno vilarejo próximo a Jerusalém, mas trabalha em Bnei Brak como engenheiro. Há mais de cinco semanas ele está confinado em casa. “Todas as noites o nosso primeiro-ministro transmite novas diretrizes. Hoje nós só podemos sair de casa para ir a supermercados, farmácias, postos de gasolina ou bancos, por exemplo, ou para trabalhar em atividades essenciais, como a polícia ou os bombeiros. Se precisarmos sair, devemos fazê-lo com luvas e máscaras. As multas para quem quebrar a quarentena podem variar entre R$700 e R$7 mil”, ele conta. A exemplo do que vem acontecendo em outros países, ONGs estão se mobilizando para ajudar aqueles que não podem sair de casa, como os idosos, levando comida e medicamentos diretamente às portas de suas residências. Na foto, Doron e a esposa estão numa fila de supermercados, em que só são permitidas quatro pessoas por vez.


Finlândia
“A região mais populosa da Finlândia está em quarentena. Você só pode sair ou entrar se tiver uma autorização ou um motivo muito plausível. Há muitas batidas policiais ao redor da fronteira e todos os carros estão sendo parados. Além disso, todos os restaurantes e bares estão fechados.” Quem descreve a situação é Kimmo Frisk, 30, engenheiro de softwares residente em Espoo. Ele diz que não podia sequer imaginar como o mundo estava despreparado para lidar com uma situação como esta e que, apesar de ainda não ter sentido grandes efeitos em sua vida pessoal, teme que a crise econômica seja tão prejudicial quanto a crise de saúde. “Mas é preciso se manter forte”, ele continua. “As coisas parecem ruins, mas vão melhorar. Em tempos como estes, o melhor das comunidades vem à tona. No nosso caso, o jeito de manter o ânimo é ouvindo música juntos — na foto está o meu amigo DJ Jay Crystal tocando o seu set semanal durante o pôr do sol. Quase todos os dias eles e os amigos revezam para tocar para a vizinhança no fim da tarde.”

Dj Jay Crystal tocando um set musical para os vizinhos da janela (Foto: arquivo pessoal de Kimmo Frisk) 



Texto: Leticia Foramiglio - (Agência FOCS / Jornalismo Uniso)