Na última sexta-feira, 22, a Universidade de Sorocaba (Uniso)
recebeu a aluna egressa de Jornalismo, Isabela Garcia, para um bate-papo sobre
os impactos da comunicação na violência e desigualdade de gênero.
No período noturno, a fala de abertura foi da professora
Josefina Tranquilin, que reafirmou a urgência de tratarmos sobre essa
problemática. “Fico extremamente feliz em ver esses alunos aqui preocupados em
exercer sua profissão, no futuro, de uma forma mais cidadã e igualitária”,
comentou.
“Fico extremamente feliz em ver esses alunos aqui preocupados em exercer sua profissão, no futuro, de uma forma mais cidadã e igualitária” - Josefina Tranquilin |
Isabela iniciou a palestra com explicações sobre alguns
termos. Conceitos como o machismo, sexismo e misoginia foram esmiuçados para
uma plateia mista entre homens e mulheres. O aluno de Jornalismo do 8º período,
Gabriel Viana, afirmou que já tinha conhecimento sobre alguns termos, mas que
aquele momento foi crucial pela importância (e o peso) de ouvir essas
explicações vindas de uma mulher e, também, de uma especialista no assunto.
Isabela Garcia completou neste ano seus estudos em Comunicação e Gênero na Universitat
Autónoma de Barcelona, na Espanha.
Além das explicações, foram exibidos alguns exemplos de
propagandas e reportagens sexistas. Garcia extraiu manchetes de casos de
estupro e feminicídios que mostraram, de forma nítida, uma tentativa em
justificar e/ou culpabilizar as mulheres. “A culpa nunca é da vítima”, afirmou
em um dos slides de apresentação.
"A culpa nunca é da vítima", afirmou Garcia em um dos slides de apresentação |
Isabela Garcia exibiu alguns exemplos de propagandas e reportagens sexistas durante sua apresentação |
A jornalista destacou alguns dados de portais especializados
em comunicação como Meio e Mensagem e Portal Comunique-se, que mostraram as
plataformas pelas quais o público mais se informa. A Televisão e o Celular
ficaram com a liderança. Os números mostraram que a publicidade e o jornalismo,
são, muitas vezes, mecanismos de conscientização e informação do público, sendo
assim, é possível que algumas coberturas e condutas de profissionais de
comunicação, endossem o machismo e a desigualdade de gênero.
Apesar do assunto ter sido denso e delicado, o público também
pôde anotar algumas dicas de como escrever e pensar em peças de comunicação com
conceitos que não corroborem com o machismo e o sexismo. Isabela também
apresentou algumas referências filosóficas como o Pierre Bordeau, Kate Millet e
Marta Martin Berrane, para conceituar termologias que podem ficar um pouco
dispersas e/ou confusas com a quantidade de informações disponíveis. O encontro
deixou várias pistas e brechas para que os alunos ali presentes se
aprofundassem ainda mais nas questões de gênero e pensassem em formas mais
“humanas” de atuarem em suas profissões.
Apesar do assunto delicado, o público também recebeu dicas de como escrever e pensar em peças de comunicação com conceitos que não corroborem com o machismo |
Agência Focs / Jornalismo Uniso
Texto e imagens: Caroline Queiróz Tomaz
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