O I Encontro InterAção Mulher tem início, nesta terça-feira,
11, às 19h30, no Auditório do Bloco C, no Campus Cidade Universitária, na
Universidade de Sorocaba, com um debate sobre o papel da mulher na sociedade.
Para o idealizador do evento, o professor Argemiro Souza, e a coordenadora,
professora Mariana Domitila, a proposta tem por objetivo desenvolver a reflexão
e orientação sobre as temáticas e tendências relacionadas ao empoderamento
feminino e a participação mais ativa e empreendedora das mulheres nos diversos
segmentos, seja industrial, comercial ou social.
A ação nasceu da vontade do professor Argemiro Souza de
fazer um evento que promovesse a conscientização sobre o papel que a mulher
está ganhando na sociedade. E, lapidando a ideia, juntamente com a professora
Mariana Domitila, o projeto ganhou nova forma e diversas frentes para que tenha
cada vez mais força. Ele contará com palestras, workshops, cursos livres,
feiras de negócio, processo de Coaching
e PNL para mulheres, assim como projetos assistenciais e grupos de estudo.
A professora explica
que o InterAção Mulher, além de ser importante para a comunidade, também é uma
satisfação pessoal, já que o assunto sempre despertou seu interesse. “Eu sempre
estudei sobre isso, pois sou uma mulher e já sofri muito preconceito. A ação
vem para nos inserir na sociedade, não apenas nos encaixar em estereótipos”,
conta.
Segundo uma pesquisa realizada em 2015 pelo Sebrae, em
parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese), a pedido do Anuário das Mulheres Empreendedoras e
Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas, em 10 anos, as mulheres tiveram um
aumento de 19% de empreendimentos próprios, que foi 16% maior que o dos homens,
que tiveram um aumento de apenas 3%.
Isso mostra que as mulheres estão, aos poucos, conquistando
um espaço maior como empreendedoras, que, historicamente, lhes era negado. Isso
é o que afirma a historiadora Letícia Nunes de Moraes, já que, segundo ela, a
busca das mulheres pela independência começou muito antes do direito ao
trabalho assalariado. “A primeira luta das mulheres, ou do próprio feminismo,
traz como tema o sufrágio, na qual as mulheres lutaram para que pudessem votar.
A segunda onda é a que luta pelo direito ao próprio corpo. A terceira fase é
essa que vivemos, que revê e conserva os direitos já conquistados”, explica.
Esse espaço feminino cresceu tanto que, segundo dados
levantados pelo professor Argemiro Souza, para a realização do projeto, a
própria Universidade de Sorocaba, que sediará o evento, tem mais mulheres que
homens entre seus alunos.
Mariana diz que o evento não é só para mulheres, já que os
homens devem se conscientizar do poder e espaço que as mulheres vêm ganhando na
sociedade, e que os negócios não são mais exclusivamente masculinos.
Como é o caso de Fátima de Oliveira, 47, que é uma
microempreendedora desde 2008. Fátima conta que deixou a empresa que trabalhava
depois que seu filho caçula começou a apresentar problemas de saúde por conta
do dia agitado dela. A empreendedora faz parte de uma significativa quantidade
de mulheres que deixam seus empregos para se dedicarem à maternidade.
De acordo com estudo realizado em 2016, pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI), 23% das mulheres abandonam seus empregos formais
para cuidar de seus filhos. Esse, de acordo com o estudo, é o maior motivo da
saída de mulheres das empresas, situação totalmente diferente da dos homens, já
que o maior motivo de desistência do trabalho em empresas é o baixo salário,
sendo 32%.
Fátima, para não depender totalmente da renda do marido,
começou a produzir sorvetes caseiros para vender em casa. “Desenvolvi uma
receita e, em pouco tempo, já estava famosa com eles”, afirma.
Ela conta que, quando o negócio começou a ganhar força, ela
investiu e hoje tem uma pequena loja, que vende o seu tradicional sorvete e
também outras guloseimas. E, quando questionada sobre planos futuros, Fátima
afirma que esse é só o começo. “Eu quero aumentar a loja, investir em
divulgação e crescer cada vez mais”.
O InterAção Mulher, que tem planos para encontros
semestrais, conta com um grande apoio por parte de alunos e alunas da
universidade. Como é o caso da estudante de Relações Públicas, Laura Miyr, 20,
que é uma ativista feminista. Ela afirma que o InterAção Mulher pode ajudar a
esclarecer muitas coisas sobre os novos rumos da mulher em sociedade. “As
coisas sempre foram decididas para a gente, não tínhamos o poder de escolha,
mas esse quadro começa mudar e nós precisamos saber, os homens também”,
acrescenta.
Laura diz que nisso vê a oportunidade de uma mudança radical
de comportamentos e costumes da sociedade, que é patriarcal. “Minha filha
saberá que é livre, aliás, sentirá que é livre, bem mais que eu senti e sinto”,
comenta.
Mas, embora o quadro tenha mudado e esteja mudando, a
historiadora Letícia Nunes explica que ainda estamos longe de uma sociedade
igualitária. “Nossa independência é limitada por estereótipos que nos vendem.
Homens e mulheres ainda acreditam que as mulheres devem estar desejáveis para
homens, outro conceito que precisamos mudar. A liberdade total está agora não
mais na mão dos homens, mas na mão de homens através da ditadura da beleza e
juventude”, explica.
Mas Mariana Domitila está confiante de que, aos poucos, as
mulheres vão ganhar seu lugar ao sol e viver no lugar que sempre foi delas.
“Muitas mulheres são como pássaros em gaiolas. Elas nasceram daquela situação e
nunca souberam usar suas asas, mas elas as têm, são fortes e podem levá-las
para todos os lados. É isso que o projeto quer, que essas mulheres saiam de
suas gaiolas e voem, voem com as asas que ninguém as deu, mas que sempre
tiveram e que, finalmente, possam usar e mostrar que também sabem voar”,
finaliza.
Texto: Lauren Oliveiro (AgênciaJor/Uniso)
Fotos: Divulgação
Confira programação:
Publicitária e jornalista. TrainerTraining e Master Practitioner em PNL e Master Coache
Palestra: Life Coaching: como empoderare elevar a autoestima da mulher
Graciane Leite
Administradora e Especialista em Marketing. Fundadora da MarkeTÁ
Palestra: Ideias de Negócios para Empreender em Casa
Apresentação Cultural
Bárbara Pistila
Cantora, violonista e compositora
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