O aumento do interesse e da participação da comunidade jovem na política
é inegável. Exemplo disso são as constantes manifestações que ocorrem por todo
país, nas quais
milhares saem às ruas para reivindicar seus direitos e protestar contra
ações e medidas do governo. Além disso, eles estão indo às urnas cada vez mais
cedo.
O voto obrigatório é só a partir dos 18 anos, mas, segundo dados do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de eleitores de 16 a 17 anos no
Brasil é de 834.810.787. Percebendo isso, muitos candidatos a cargos políticos
passaram a veicular campanhas eleitorais voltadas especificamente a este
público. As redes sociais se tornaram as ferramentas mais utilizadas no
desenvolvimento dessas ações, devido a grande quantidade de jovens que as
acessam diariamente. Uma pesquisa feita pelaTIC Kids Online Brasil, em 2015,
apontou que 90% dos jovens brasileiros, com idades entre 9 e 17 anos, possuíam
perfis em ao menos uma rede social.
Em Votorantim, interior de São Paulo, visando se aproximar dos jovens
eleitores, os candidatos à prefeitura da cidade, Carlos Mineiro (PSDB), Jair
Cassola (PDT), Fernando Oliveira (DEM) e Rodrigo Chizolini (PSOL), apresentam suas
propostas e compartilham fotos de ações e compromissos já realizados em suas
fanpages no Facebook.
Alisson Willy Rodrigues Evangelista, 16, votará
pela primeira vez este ano e conta que acessou os perfis dos candidatos antes
de definir seu voto. “Utilizei vários meios para conhecer um pouco mais sobre
cada um eles, mas, sem dúvida, a quantidade de informações contidas em suas
páginas de Facebook me ajudou muito a escolher em quem votar”. Para o estudante,
futuramente, as campanhas pela web devem se tornam o método mais comum e eficaz
de se obter votos. “A internet, além de possuir um grande alcance de público,
também está cada vez mais acessível. Hoje, é raro encontrarmos alguém que não
tenha um computador em casa. Por isso, acredito que, com o passar do tempo, os
políticos passarão a investir mais em campanhas online e deixarão o velho
panfleto de lado”.
O estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Lucas de Jesus dos
Santos Soares da Silva, 19, foi responsável por desenvolver o marketing digital
de um dos candidatos a prefeito. “Criei o website e o blog dele. Também atuei
como SEO (Serach Engine Optimization), ou seja, basicamente, otimizei o site
para os mecanismos de busca. Por exemplo, quando uma pessoa digitava o nome do
candidato no Google, o link de seu site era o primeiro a aparecer”, conta. Do ponto de vista profissional, Lucas diz que
é importante que candidatos a cargos políticos invistam em campanhas eleitorais
na web, principalmente nas redes sociais. “Apesar dos jovens serem a maioria, é
claro que pessoas de todas outras idades também acessam as redes sociais. Então
quando uma campanha política é veiculada em uma delas, rapidamente atinge um
grande e diversificado público”.
O estudante ressalta, ainda, a importância da criação de campanhas nas
redes sociais direcionadas especificamente aos jovens. “Se um jovem vê uma
campanha política no Facebook, por exemplo, e se identifica com os ideais e
propostas do candidato que a publicou, e ele, provavelmente, vai compartilhar
com seus amigos. Isso fará com que a postagem chegue a muito mais pessoas”.
Para ele, a utilização de alguns recursos, como a adoção de ‘memes’ e
expressões características da comunidade jovem, nas campanhas podem facilitar a
aproximação entre candidato e eleitorado. “É importantíssimo que a linguagem e
o formato da propaganda política estejam adequados ao público-alvo”, destaca.
Assim como Alisson, Lucas também acredita que as campanhas digitais devem
ser adotadas com cada vez maios frequência. “Além de mais baratas e eficientes,
campanhas digitais também são mais sustentáveis. Quando um candidato opta por
distribuir panfletos na rua, além de gastar muito dinheiro para imprimi-los,
pode acabar entregando-os para muitas pessoas não votantes, que, provavelmente,
jogarão os papéis na rua e contribuirão com a poluição do meio ambiente. Já nas
redes sociais isso não acontece, pois há a possibilidade de direcionar a
campanha há um público específico. Investir em campanhas na rede é, sem
dúvidas, uma aposta certeira”.
Foto: Divulgação
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